A Estratégia Silenciosa por Trás das Grandes Decisões Financeiras
Quando se fala em performance financeira, é comum dar destaque aos indicadores de curto prazo. Eles mostram os resultados do mês, do trimestre, do fechamento contábil. Mas quem realmente guia a estratégia de longo prazo das grandes empresas? Os KPIs de longo prazo.
Neste artigo, vamos explorar quais são esses indicadores, como se diferenciam dos métricos operacionais, e como sua leitura pode se tornar um diferencial competitivo real para CFOs, Controllers e equipes de FP&A.
O Papel dos KPIs de Longo Prazo na Estratégia Empresarial
Os KPIs de longo prazo ajudam a responder perguntas como:
- Estamos construindo uma empresa resiliente?
- Estamos maximizando o valor para o acionista?
- Estamos alocando recursos de forma eficiente?
Diferente dos indicadores de curto prazo, que olham para o “agora”, os KPIs de longo prazo avaliam a qualidade da estratégia, a eficiência da gestão de capital, o posicionamento competitivo e a sustentabilidade dos resultados ao longo do tempo.
Exemplos Reais de KPIs de Longo Prazo
1. ROIC (Retorno sobre o Capital Investido)
- Mede o quanto a empresa gera de retorno sobre o capital investido.
- Importante para avaliar se o crescimento está de fato gerando valor.
2. RAROC (Retorno Ajustado ao Risco sobre o Capital)
- Fundamental para setores regulados ou intensivos em risco, como o financeiro.
- Aponta a relação entre rentabilidade e risco assumido.
3. TSR (Total Shareholder Return)
- Combina a valorização das ações com dividendos pagos.
- É o termômetro do valor percebido pelo mercado.
4. EVA (Economic Value Added)
- Indica se a empresa está criando valor real após o custo do capital.
- Alinha decisões financeiras à estratégia de geração de valor.
5. Capex Qualificado
- Muito mais do que o valor investido: qual é o retorno projetado sobre esse capital?
- Um KPI que precisa ser acompanhado ao longo dos anos, não em ciclos mensais.
Como Incorporar KPIs de Longo Prazo ao Processo Decisório
- Dashboards de longo prazo: Diferentes dos de curto prazo, esses dashboards não mudam diariamente. Eles têm foco anual, plurianual e devem ser integrados ao planejamento estratégico.
- Cultura orientada a valor: Quando o conselho e os gestores acompanham os mesmos KPIs de valor, a estratégia flui com mais consistência.
- Forecasts com base em retorno: Modelos preditivos que consideram retorno sobre capital, cenários de risco e TSR ajudam a guiar decisões com foco em futuro.
Post do LinkedIn por Gabriel Barbieri, Co-fundador da Handit
Para apoiar essa discussão com um exemplo prático e visual, incorporamos abaixo um post publicado recentemente por Gabriel Barbieri, co-fundador da Handit, no LinkedIn. A publicação apresenta um infográfico que compara KPIs básicos com KPIs estratégicos e ilustra de forma clara como os indicadores de longo prazo se conectam com a geração de valor:
Conclusão: Visão de Longo Prazo, Decisão Inteligente
Se os KPIs operacionais ajudam a reagir, os KPIs de longo prazo ajudam a liderar. Empresas que aprendem a usar os dois em conjunto criam uma musculatura financeira mais forte, uma visão mais clara de futuro e uma cultura centrada em valor.
Queremos ouvir de você: Sua empresa mede os KPIs de longo prazo com a mesma frequência e prioridade dos operacionais?
Compartilhe sua experiência nos comentários e vamos fortalecer juntos a cultura de performance estratégica.
Este artigo faz parte da série “KPIs que Importam”. Veja também:
- Parte 01: KPIs que Importam: Muito Além da Ponta do Iceberg
- Parte 02: KPIs que Importam: Curto vs. Longo Prazo
Gabriel Barbieri
Co-Fundador e Diretor de Negócios na Handit, com mais de 15 anos de experiência em tecnologia e estratégia para CFOs, FP&A e Controllers. Apaixonado por governança e gestão Lean, atua como sócio e advisor, ajudando empresas a transformar seus processos financeiros com inovação e inteligência de dados.