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Qual a hora de profissionalizar uma empresa familiar?

Já parou para refletir o que envolve uma empresa familiar? Quais questões são primordiais e o que esperam os acionistas que têm em comum os laços familiares? O especialista em gestão e controladoria, Daniel Solano Hostert, escreveu para o blog da Handit um artigo exclusivo, abordando esse tema que muitas vezes gera discussões calorosas nas empresas.
Princípio da entidade
Normalmente as empresas nascem implantando um processo de gestão familiar, o que é natural e conforme o seu crescimento, adaptam as disponibilidades de mão de obra e demandas que vão surgindo em família ou em amigos, sobretudo nas funções-chave.
Um dos fundamentos da contabilidade é o princípio da entidade, que significa que a empresa criada é uma entidade independente da pessoa dos sócios. Portanto, todas as suas ações, registros e controles, devem ser distintos das pessoas que a fundaram.
Estendendo-se esse princípio à gestão, também as pessoas que são escolhidas para os cargos-chave, deveriam ser escolhidas distintamente do seu grau de parentesco ou amizade.
O que deve ser considerado na definição das pessoas que vão exercer qualquer atividade na empresa, principalmente os cargos principais, deverá ser sempre a capacidade comprovada e experimentada para fazer frente aos desafios da função. Se houver alguém na família capacitado para tal, não vejo porque não aproveitá-la, mas somente se o seu currículo assim comprovar.

A gestão da confiança

A confiança tende a ser o principal argumento para contratar alguém próximo à família. Primeiramente, o grau de parentesco não garante de verdade este argumento. Todo mundo já deve ter ouvido o famoso “até tu Brutus meu filho” que dizem ter sido pronunciado pelo imperador romano César, quando traído pelo seu filho. Em segundo lugar, a questão da confiança é um princípio básico inerente aos cargos gerenciais, sendo necessárias muitas outras competências a serem consideradas, dependendo da função a ser desempenhada.

Então o processo é mais importante que a confiança?

Por hipótese, se a competência necessária para exercer determinada função fosse ser irmão, e no caso da ausência deste, por qualquer motivo, não haja outro irmão, como fazer?
A confiança é base para qualquer relação. Ocorre que ao definir as atribuições, premissas, controles, autonomia e os processos atinentes a cada função, esses devem ser integrados as demais funções, de forma que as atividades possam ser desempenhadas independentemente de quem as executa, garantindo assim a continuidade dos negócios, mesmo que as pessoas falhem.

Além do laço familiar

Deve sempre existir paridade entre a prestação e a contraprestação de qualquer serviço. O mercado normalmente já regula essa relação. Existe a premissa de que o barato sai caro. O que isso quer dizer? Ao contratar alguém, o gestor não deverá se preocupar somente com o quanto irá pagar pelos serviços, mas principalmente com o que terá de retorno, a agregação de valor ao negócio com a contratação.
Isso significa que o barato pode ficar caro, por não agregar valor ao negócio. E o entendido como mais caro, na verdade poderá ficar barato, dependendo do que agregar ao negócio.
Normalmente as empresas mais competitivas dispõem das pessoas mais capacitadas, o que provavelmente significará salários mais altos, mas o melhor desempenho e maior crescimento provavelmente compensarão o maior salário.

Então, qual o momento de profissionalizar?

Na verdade, em minha avaliação, o correto não é considerar a profissionalização da empresa, como se fosse uma oposição à gestão familiar, pois na verdade quanto mais profissional for o processo de gestão, mais eficiente tenderá ser o seu desempenho. O fato de ser uma empresa familiar, em tese, não deveria limitar o grau de preparo de sua gestão, que deveria ser o maior possível, desde a sua criação.
Quanto mais a qualidade da gestão for entendida como devedora da subordinação ao grau de confiança ou proximidade com a família dos fundadores, ao contrário do grau de aderência às competências necessárias e experiência na execução das responsabilidades, mais limitada tenderá ser a flexibilidade e receptividade a mudanças e inovação, afetando o desenvolvimento dos negócios.

Utilize a tecnologia como apoio

Familiar ou não, qualquer atividade empresarial precisa de controles confiáveis, principalmente quando o assunto é o orçamento. Já conversamos muito sobre o assunto e recentemente abordamos o Orçamento Empresarial aqui.  Por isso, o papel da tecnologia é imprescindível. Contar como apoio de um software permite flexibilidade para automatizar o planejamento e acompanhamento orçamentário das empresas. A solução da Handit é ideal para as organizações, porque possibilita montar peças orçamentárias conforme necessidade de cada negócio.

Daniel Solano Hostert
Com mais de 30 anos de atuação em gestão e controladoria, acumulou experiências em empresas de variados tamanhos e segmentos, atuando nas áreas administrativas e de apoio industrial e comercial. É sócio-presidente na Êxito Empresarial, consultoria em gestão e controladoria. É contador e administrador por formação e tem MBA em Gestão Empresarial pela FGV.

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